Realmente, não há desamparado diante do Senhor, mas há uma espécie de orfandade que nos convoca em toda parte a maiores reflexões, quanto ao dever de amparar a vida que nos cerca. Referimo-nos às necessidades múltiplas que nos reclamam o esforço e a tolerância na prática efetiva do bem. Em verdade, será sempre louvável a construção de casas e refúgios, creches e hospitais, onde as crianças sem lar encontrem abrigo e medicação. Todavia, não olvidemos o mundo das criaturas inferiores e das cousas, aparentemente sem importância, que nos rodela. Aí, vemos quadros inquietantes que efetivamente nos ensombram e afligem. Não é somente o painel escuro do irmão em Humanidade, que vagueia sem rumo, a única porta de dor a pedir nos trabalho assistencial. É também a terra empobrecida, necessitada de adubo e sementeira vivificante. É a árvore benfeitora, relegada ao abandono. É a fonte intoxicada, que nos solicita proteção e carinho. É a casa desmantelada, rogando atenção e limpeza. É a via pública que nos compete defender e respeitar, pedindo-nos bondade e higiene. É a animal que nos auxilia, endereçado por nossa inconseqüência ao cansaço, sede e fome, suplicando nos alimento e repouso. É a ferramenta que sentenciamos à ferrugem e ao esquecimento prejudicial. A essa orfandade triste, que nos desafia, em todos os setores da luta terrestre, podemos prestar o melhor concurso, — o concurso da bondade silenciosa e diligente, — que nos trará a resposta do progresso e do bem-estar de todos. Não esquecer que somos responsáveis pela região de serviço que nos sustenta. Não condenes orfandade os instrumentos de trabalho em que a tua missão na Terra se desenvolve. Cuida de assistir aos seres e às cousas do próprio caminho, com os mais elevados sentimentos do coração, e receberás a constante assistência da Bondade Divina, — luz da vida a brilhar perenemente no caminho de todos. |
pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Fonte de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier. |
Maria Lopes
quinta-feira, abril 05, 2012
Orfandade
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