Maria Lopes

Maria Lopes

sexta-feira, outubro 18, 2013

Acolhida aos Abortados no Plano Espiritual


Ele mostrou um caso de uma amiga que eu tenho. Ela engravidou e começou a ter uns problemas muito graves. Naquela ocasião, não havia os exames que existem hoje, para detectar logo se a criança está normal ou não. Ele foi dar o passe na moça e ela estava se sentindo muito mal.

Então ele falou para um espírito qualquer: “Traga a ficha dele aqui”. Quando olhou a ficha disse assim: “Está morto, não tem jeito não”. Nasceu uma criança deformada. Viveu só algumas horas. Os médicos não deixaram a mãe ver o filho, tal a deformidade da criança. A criança morreu horas depois. Nesse dia eu perguntei ao Dr. Hermann: “O espírito não viu que ia renascer assim?”.

Ele respondeu: “Não, porque ele também adormece, porque ele não agüentaria se ver num corpo assim. Ele adormece e sonha com um corpo perfeito. A dor para ele vai acontecer depois que ele despertar na espiritualidade.”

Vocês estão vendo que reencarnar é extremamente difícil. Muito mais fácil é morrer. Porque você sabe que tem um fim programado. Não se sabe se é daqui a um mês, um ano, daqui a dez anos, mas renascer nessas situações, ninguém sabe realmente o que vai acontecer. Então, renascer é muito mais difícil do que morrer.

Todos vocês sabem que o fluido do médium se desgasta com o tempo. Quando nós começamos o trabalho da desobsessão, nós tínhamos um grupo de médiuns de incorporação, extremamente potente, extremamente forte, muito determinado e com uma grande quota de fluidos.

Éramos uns quatro ou cinco e durante uns dez anos trabalhamos nessa sala aqui ao lado e, praticamente, num trabalho que ninguém tomava conhecimento, porque era um trabalho de consolidação da Casa.

Os trabalhos eram feitos para limpar o psiquismo em volta, para criar uma ambientação melhor para Casa, era um trabalho muito consistente. O trabalho da desobsessão hoje é mais de esclarecimento, naquela época era um trabalho de luta com os espíritos. Era um trabalho de fixação do local. O terreno estava sendo fixado como local de trabalho espiritual.

Então, nós vimos muitos fenômenos interessantes. E um desses, foi um grupo de espíritos que chegaram aqui na Casa trazidos pela mão do Dr. Hermann, pareciam pequenos macacos. E cada vez que o Dr. Hermann trazia um espírito daqueles, ele chegava junto ao médium e acoplava o espírito no corpo do médium e este adotava gestos simiescos, se dobrava todo, ficava como macaco.

Os médiuns não sabiam que eu estava vendo. Ele trouxe um por um. Quando ele colocou o último disse assim: “Não vai ter doutrinação. Vocês não sabem nem doutrinar esse tipo de espírito. Deixe que eu trabalho com eles.” Ele colocava a mão na cabeça dos espíritos e começava a fazer um trabalho de alongamento do corpo deles.

Os espíritos iam perdendo a forma de macaco e iam se acomodando dentro do corpo. Ele falava para cada médium: “Vocês vão doar a esses espíritos a formação do corpo, porque eles perderam a capacidade de se imaginar como seres humanos.”

Então, o trabalho dos médiuns não era trabalho de doutrinação nem de mentalização, era de fornecer material, para que os espíritos novamente, como que vestissem uma capa e se sentissem encarnados num corpo humano, porque já estavam com corpo animalizado. Nessa ocasião, perguntei ao Dr. Hermann: “E os abortados?”

Aí ele me deu a explicação: “Há espíritos abortados que perdem a forma, porque ficam frustrados com a morte. Você imagina a pessoa que entra em depressão profunda. Você consegue fazer um depressivo raciocinar?”. Eu disse: “É meio difícil”. Depressivo quando está na crise, raciocina logicamente, não há quem faça a pessoa pensar corretamente.

Ele disse: “Há espíritos que, quando passam para o plano espiritual, frustrados pela morte não esperada, perdem completamente a noção de voltar para si mesmos e para o equilíbrio da sua mente”. Porque é a nossa mente que estabelece o nosso corpo perispiritual novamente. É a nossa mente que reequilibra o nosso organismo.

Ele disse: “Há espíritos que chegam aqui tão revoltados, tão complicados e tão frustrados, que nós temos que colocá-los na mesa mediúnica, junto ao médium, para que ele novamente aprenda a saber o que é corpo humano.”

Eu perguntei: “Quando é que o médium vai saber disso?”. Ele disse: “Nunca. Porque se o médium souber isso ele fica assustado”. Pelo que acompanhei desses trabalhos com espíritos em forma de macaco, o médium pouco usava a sua mente.
Acabado o trabalho, eu perguntei a todos eles (porque a gente sempre fez a avaliação do trabalho), como se sentiram e eles responderam: “Bem, mas parece que só houve incorporação no corpo não houve incorporação na mente”. Porque não podiam receber o impacto daqueles espíritos que tinham perdido o aspecto físico. Vocês imaginem que mentalidade esses espíritos podiam ter? Nenhuma.

Um outro detalhe interessante no trabalho do tratamento espiritual, é a prece. Perguntei ao Dr. Hermann por que a prece funciona e em que a prece pode funcionar junto a esses espíritos?

Ele me disse que a prece é sempre um impacto de forças generosas. É como se chegasse perto de alguém que estivesse muito nervoso e conseguisse acalmar. A prece, para eles, só funciona nesse sentido. Eles sentem-se acalmados pela força da oração.

Quanto mais tivermos generosidade na oração, uma oração sincera, mais vamos atingir o espírito. A prece, para esses espíritos, precisa ser uma prece sentida, pôr o coração no nosso sentimento.

Vocês vão me perguntar se existe no plano espiritual algum lugar aonde se recolham esses espíritos, especificamente? Não, não existe, tanto quanto eu sei. Existem enfermarias apropriadas para esses espíritos. Não locais. Normalmente, nós não temos acesso, pela dor que as pessoas têm.

Eu não visitei nenhuma enfermaria, sei que existe porque vi de longe. Mas eu perguntei ao Dr. Hermann que tipo de enfermaria era aquela? Ele disse assim: “Você seria capaz de imaginar o que seria uma enfermaria de guerra?”. Não, mas a gente pode imaginar o que seja. Todo mundo arrebentado”. É mais ou menos assim que você vai ver, mas não dá para vocês verem isso não.

Saibam que existem departamentos nos hospitais do plano espiritual, onde existem socorro específico para essas pessoas, mas o encarnado, por qualquer razão, não visita esse tipo de enfermaria, principalmente, nesse casos de pessoas tão arrebentadas, machucadas, sofridas, sem recursos.

O arrependimento de quem praticou o aborto, provoca no organismo do homem e da mulher, um estado mental muito interessante. Não é estado físico não, é estado mental. No nível físico: a mulher é muito mais receptiva à maternidade. Ela pode continuar não tendo filhos, porque hoje em dia, graças a Deus, nós temos a pílula, podemos planejar a família.

Mas, há uma modificação mental, psicológica na mulher, porque ela é muito mais voltada para a gravidez. Ela passa a amar a gravidez, o renascimento, a maternidade. O outro estado que existe, é o estado aumentado, dilatado da compreensão humana. É interessante quando nós vemos as senhoras que já participaram desse processo de aborto, como a visão que elas têm da vida, é maior.

Porque elas compreendem que a dor da perda só atinge a elas, não atinge ao homem. O homem nunca sente a dor, mas a mulher sente. Então, a visão que elas passam a ter da maternidade é muitíssimo dilata.

Esse estado de ânimo da mulher é um estado muito especial e percebemos as pessoas que tiveram essa prática, têm uma visão da vida, da maternidade, muito ampliada.

Alguns médiuns sensitivos têm a capacidade de ver e sentir que as pessoas já passaram por aquela experiência e que estão arrependidas. Porque elas demonstram, no perispírito, como se dissessem assim: “Se eu tivesse outra visão, não teria esse tipo de comportamento.” Aquilo está dentro delas, parece que explode dentro delas.

Nessa hora que aparece nas pessoas sinceramente arrependidas, nessa hora é que os bons espíritos trabalham para que a pessoa tenha outro filho. Entramos, agora, no terreno da formação da família. Vocês reparem que tem pessoas que têm filhos e dizem assim: “Não estava na hora de ter, mas eu queria ter o meu filho.”

Hoje em dia, há a possibilidade de se ter filho sem casar, ninguém está ligando muito para isso, ou, se liga, o sentimento da maternidade é muito maior, ninguém está se importando com o que os outros estão pensando. Isso significa que estamos raciocinando melhor, estamos corrigindo hábitos nossos.

Que hábitos nós estamos corrigindo? O hábito de acusar, de dizer que está feio, que está errado. Quando a gente vê uma pessoa agindo desse modo dizemos assim: Puxa vida, essa pessoa já tirou da cabeça dela aquele negócio, o que vão pensar de mim, o que vão dizer de mim.

Ela está com a idéia dela formada, não está se importando com o que vão dizer dela, ela quer prosseguir com sua vida. Nesta hora, isso não é um incentivo, um estímulo a se ter filhos de qualquer jeito, é apenas o reconhecimento de que estamos tendo de planejar a nossa família.

A esse respeito vamos lembrar que esse momento de planejamento, significa que a espiritualidade, que Deus, está dando a todos nós a liberdade de conduzir os nossos próprios destinos. Isso tem outro nome, responsabilidade. Você conduz a sua vida, você é responsável pela sua vida. Antigamente não se tinha essa liberdade, hoje cada um decide se tem um ou dez filhos.

Então, a pílula é uma liberdade, um acréscimo da bondade de Deus, que deu a todos nós, a possibilidade de escolhermos o nosso próprio destino. Ninguém vai dizer que a pílula não é uma providência divina, ao contrário, é o resultado da providência divina. Deus está deixando na nossa mão. Ninguém mais vai escolher por nós, somos nós que vamos escolher.

Essa responsabilidade está sendo dada a nós para que evitemos fazer o aborto, porque já temos como planejar o nosso próprio destino, porque já planejamos a nossa vida. A mulher tem aquele sentimento de ter filhos, mas ela vai ver que já não tem mais condições físicas, já não tem condições orgânicas ou sociais para ter um filho.

Estes sentimentos serão exercidos numa próxima encarnação. Aí a gente começa a pensar na vida futura. A vida futura é uma coisa que o espírita tem que colocar na sua mente com nitidez. A vida futura tem que fazer parte do nosso imaginário e do nosso planejamento: Eu vou renascer. Não sei quando, nem em que condições, mas eu preciso fazer isso ou aquilo no renascimento. Tenho que me programar para isso.

Imaginem se vocês todos que estão aqui, recebendo a Doutrina Espírita, se vão se imaginar renascer numa religião que não seja a espírita? Imaginem vocês, as senhoras, renascendo no Afeganistão, usando a burca. Vocês vão rejeitar, não vão querer nunca isso. Vocês têm que pensar com muita nitidez na vida futura, com clareza. “Isto não vai acontecer comigo”.

Se for uma prova não será uma prova dessas, será um outro tipo de prova. Eu tenho que pagar meus débitos, mas não numa situação dessas, porque o meu coração rejeita.

É assim que a gente vai rejeitar nascer em certos ambientes e rejeitar nascer de certos pais. Porque nós já temos condição de analisar a vida futura e escolher mais ou menos, o que planejamos para os nossos passos.

Então, o renascer para ter filhos, também é um projeto que o espírito deve ter para a vida futura. Tem que renascer pensando no que vai fazer da sua existência. Que tipo de espíritos ele vai querer, que tipo de pessoas pode trazer para junto de si. Essa visão precisa ser clara para nós.

Porque tal seja a nossa visão, tal será a programação que vamos estabelecer para nós mesmos. Então, quando você diz assim: “mas se eu não pude nessa encarnação por isso ou por aquilo, como será minha próxima encarnação?”.

Não vai ser dolorosa, não. Não fiquem pensando que por fazer aborto vai ter uma reencarnação terrível! Não vai ter isso, não.

Vocês vão ter oportunidade de trazer o espírito de volta. Só isso. Deus não vai punir ninguém por isso, não. O que vai acontecer é que vamos ter que acertar o passo com a Lei Divina.

Centro Espírita Léon Denis
Núcleo de Valorização da Gravidez
Palestra de Altivo C. Pamphiro em  11/09/2013 

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