Maria Lopes

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quinta-feira, abril 03, 2014

O papel dos cometas (José Henrique de Souza)

O papel dos cometas (JHS)

O papel dos cometas (JHS)

Aproveitando que no próximo dia 15 de Março de 2011 teremos a passagem do cometa Elenim muito próximo de nossa órbita, e em torno desse evento se especula que possa acontecer a inversão total dos polos da Terra, ou ainda, uma possível colisão; Encontrei esse texto de JHS, onde ele da uma pequena explicação sobre as funções dos cometas

Boa Leitura



O PAPEL DOS COMETAS
Prof. Henrique José de Souza

Os cometas! Que sabe a ciência oficial a seu respeito, se agora mesmo ficou em dúvida se o que apareceu no Hemisfério Sul foi Honda ou outro qualquer?

Saberá ela, por acaso, que aos mesmos incumbe (como bem sabe aqueles que frequentam as fileiras do nosso Colégio Iniciático), o papel de "fecundadores dos Universos"? E que o termo "astros errantes, vagabundos", pelo fato de só se apresentarem em determinados ciclos, outras vezes até desaparecendo como por encanto, não lhes cabe bem? Sim, pois eles possuem diretrizes próprias, embora se comportem de uma maneira tão estranha, dando a impressão de que pertencem ao nosso Sistema, para logo deste se afastarem e, como aconteceu com Encke, Pons e Halley, que aparecem com regularidades planetárias, provocando até desilusões e surpresas aos mais famosos astrônomos! Tal foi o caso de Biela que, em vez de aparecer como da última vez, trazia uma dupla forma, como se fôra seu próprio cadáver acompanhado do duplo ou corpo astral, assim como acontece com a alma humana acompanhando o corpo físico, pois o Espírito é a Essência vital que tanto vibra no cometa, no homem, como em tudo que se manifesta na Natureza. É que esse cometa, tendo terminado a sua missão de "fecundador dos Universos" (a Via Láctea é o mais frisante de todos os exemplos), morreu, e já estava se desfazendo – como acontece com o zangão no vôo nupcial das abelhas, que ressurge no filho. Ou ainda como a valisnéria, no mundo das plantas, que se eleva do fundo das águas, para depois se desfolhar em mil pedaços, indo o seu cadáver – qual lacrimário de rosas --- surgir à margem do lago... enquanto a sua bem amada, levando no seio o fruto de um amor heróico, desaparece no fundo das águas como se fôra a Branca de Neve, no seu leito de cristal, dos contos infantis, à espera do príncipe encantador, que no caso é o próprio Pai ressurgindo no Filho...

Os cometas são, portanto, positivos ou machos (os de cauda) e negativos ou fêmeas (os de cabeleira). Ao contrário do que julga muita gente, inclusive astrônomos e outros cientistas, nem eles poderiam chocar-se com a Terra, nem a passagem de suas caudas ou projeções ambientais provocar qualquer dano ao nosso planeta, mas, ao contrário, no que diz respeito a esta última hipótese, só lhe poderia trazer vantagens, por se tratar de uma substância formada de verdadeiros "espermatozóides cósmicos"...

Mas, como o assunto exige um estudo mais profundo, dele nos ocuparemos um dia, deixando, entretanto, a parte mais transcendente para ser oferecida aos discípulos adiantados deste Colégio Iniciático, a Sociedade Brasileira de Eubiose. Diz-se mesmo que os ensinamentos ou revelações de certa natureza... "são dados de boca para ouvido", além do mais, para que dos mesmos não se faça mau uso. Haja vista as mais proveitosas descobertas do engenho humano estarem hoje transformadas em instrumentos de destruição, carnificina e morte...

Os que não conhecem semelhante Ciência Secreta oferecida nos referidos Colégios – embora desta se derive tudo quanto a ciência oficial apresenta como exato e de sua única competência – são os primeiros a dizer que "os cometas esgotam quase as curvas do segundo grau, são incompreensíveis na sua composição, nas suas visitas, nos seus destinos", dando-nos, portanto, o direito de dizer que, se o passado os contemplou supersticiosamente, também a ciência oficial de hoje os trata com receio, apesar das sábias investigações dos Pickering, dos Struves e outros.

As caudas, muitas vezes gigantescas, como as daqueles que apareceram em 1810, 1843, 1858 e 1882, não parecem obedecer inteiramente às leis conhecidas, mas sim a outras francamente ignoradas, de repulsão da luz, e são capazes, nos momentos de periélio, de dar meia volta na sua orientação em torno do Sol, com intervalo de duas horas, à guisa de um leque ou abano, o que faz supor uma velocidade jamais alcançada por coisa alguma de ordem material ou física. Com efeito, a cauda do cometa, obedecendo aos progressos da espectroscopia, e as novas teorias sobre a vibração do éter, revela a sua natureza hiperfísica, como prova o fato de não se desviar ou refratar, nem esfumar as estrelas sobre as quais se projeta. As hipérboles de suas trajetórias mais frequentes, são como linhas retas: não tornam jamais. Vão em direção ao infinito. Infinito? Que vem a ser isto que a ciência ousa assim denominar? Que sabe do infinito a própria filosofia?


Somente as asas do cometa – na mais expressiva de todas as alegorias – poderiam completar as asas da fantasia, para preparar, através de poderosas intuições, o estudo racional dos segredos celestes.


O cometa é o protótipo do judeu errante hebreu e do Édipo grego (O Édipo significa pés inchados; sim, de tanto caminhar), embora o termo "errante" não anule o sentido da sua marcha ou direção, como acontece ao homem guiado por sua Consciência, afastada do corpo e da alma e, portanto, seguindo uma nova direção na vida em busca do perdido, assim como Psyké – na mitologia grega – em busca do seu bem amado, que outro não é senão o Espírito. Já o grande Mahatma, mais conhecido por Kut-Humi, afirmava que "a cada passo nos acotovelamos, por onde quer que passemos, com seres humanos sem o menor vestígio de espiritualidade, vivendo automaticamente dos seus maus atos e pensamentos"; deles só restando a forma passional (a alma, eu inferior), pois que o Espírito não pode permanecer num corpo ou lugar, afastado da Essência Divina. São aqueles que, tendo tomado o caminho da esquerda, em vez do da direita (a diritta via da Divina Comédia), vão ter diante do dantesco portal onde se lêem as ameaçadoras palavras: Lasciate ogni speranza, Voi ch' entrate. É a tal fenômeno que a Teosofia e todas as teogonias orientais denominam de Segunda Morte, Oitava Esfera, e o autor deste trabalho, de Região do Não Ser, Zero Dimensão.


De fato, o cometa erra naquele ambiente que por errar (no sentido de caminhar, vagar) através do que ele mesmo traçou, seja nesta existência como em outras passadas, e não plagiando Camões, "por mares nunca dantes navegados", ou novas diretrizes na vida, chamemos de castigo ou direções cármicas, sempre certas, infalíveis, mesmo que errôneas e até erráticas, no sentido de afastamento das diretrizes primitivas...


Esse protótipo do judeu errante hebreu e do Édipo grego, representado pela primeira Parelha Humana, ao ser expulsa do paraíso (à parte do verdadeiro simbolismo dessa passagem bíblica), da inércia, recebe – qual aparente castigo – a lei redentora do trabalho, que lhe obriga a caminhar sempre, com a razão por farol, e a vontade por complemento, em busca de ideais mais ou menos próximos que, não sendo favoravelmente conquistados, deixam aparecer outros mais ou menos remotos... Daí o gravíssimo erro de se ir em busca de falsos ideais, visando sempre a parte mais grosseira da vida, em vez da superior ou divina que, para todos os efeitos, é a do Espírito.


Desse modo alcança-se o segredo da evolução humana, que é o caminhar sempre rotativa e translaticialmente como os astros, segredo porém da evolução, não apenas para estes, mas também para a Primeira Parelha, para a sua descendência, cuja vinda foi traçada pelo próprio sexo (segundo fruto da mesma razão e simultaneamente...), como seu polo negativo (ou quando a humanidade inteira o tiver vencido), e para cada Mônada humana, em particular. Isto por ser lógica e certa a lei das reencarnações, como a cantou com sua lira maviosa o saudoso bardo oriental Rabindranath Tagore, na poesia intitulada A Mãe e o Filho, que por ser muito extensa, não a podemos aqui transcrever mas, comentando-a a nosso modo, transparece iniciaticamente nas seguintes palavras: "O magno, o supremo Édipo viajante, Peregrino eterno que na vida dos Cosmos, como conjunto evolucional, tem o nome Amor ou Eros; a Vontade Divina do Logos, ou desejo de Manifestação; o Fohat, ou Supremo Alento dos brâmanes; o Ain Suph sefirotal cabalístico, que na Terra pode ser chamado de Eletricidade Vital, ou espírito doador de Vida, o desejo Divino de dar forma e vida a novos seres, entre os Deuses em humana forma, como "é o impulso cármico e cíclico dos renascimentos, a incessante Pulsação do Anelo, a Chama Una e Obscura, cujos raios divergentes são outros tantos sóis, que dão a vida, descendo por si mesmos à Matéria".

Onde pode haver possibilidade de vida sem Amor, no seu terno caminhar e suas várias metarmofoses? Entretanto, o Divino ou transcendental Amor, é simbolizado por Eros, como o seria por Cupido, sem a forma que lhe dão os não entendidos em matéria alegórica. Cupido e Eros representam o Augoeides dos gnósticos, o Princípio Crístico ou Sétimo dos Teósofos. É o símbolo incomparável da Superação da Mônada.

Eros tem asas nos pés para poder voar acima das próprias nuvens, ou no Além-Akasha, porque aí é o lugar onde se acha a Fonte de toda Riqueza, a Riqueza espiritual de todos os que aspiram a Luz sublime da Verdade. Ele é cego, justamente por ser supraconsciente. Donde "as flechas, tanto de Cupido como de Eros, só atingirem os corações bem formados", os corações onde se aninham o Único e Verdadeiro Amor, que é o da Espiritualidade, e não o amor carnal, que nada tem de comum com o outro, por ser simples paixão ou forma egoística de ser saciado o desejo inferior. É grande, pois, a diferença entre Amor e Paixão.

Duas almas irmãs ou Mônadas que se compreendem, sabem muito bem que esse Amor consciente, premeditado, lógico, evolucional, e portanto, dentro da Lei, exige a Prole, a Família, o Santuário do Lar, que é tudo na vida. O outro é a prostituição disfarçada, principalmente para aqueles que repudiam a prole, repudiando, portanto, o Verdadeiro Amor de Eros – o amor heróico da evolução humana – e não o passional de Mâra, o tentador, o portador do Mal e da desgraça.



NOTA: Mâra, o deus tentador das teogonias orientais, tem por símbolo alegórico o deus MOMO dos ocidentais, o deus da carne, do carnaval, ou "vale da carne"...

Quem não tem filhos que adote os de outrem, e será aos olhos da Lei, aos olhos de Deus, o verdadeiro Pai desses entes queridos. É o Karma deste ou daquele casal, que concorre para a esterilidade. Mas o casal digno ou espiritualizado procura oferecer o seu Amor, que foi a razão de ser da sua união ou matrimônio, a uma ou mais crianças que bem poderiam ser de seu próprio sangue. Quanto aos que adotam cães e gatos, dando-lhes berços e enfeites, não passam de degenerados psíquicos e fisiológicos, para não dizer logo que possuem amor animal, ou idêntico aos dos seus sentimentos inferiores... Os animais domésticos existem, porque os homens o querem, e por isso sofrem as consequências, através das moléstias que eles transmitem, inclusive hidrofobia.

Volvamos, porém, aos nossos comentários, depois de tão longo quão necessário parênteses.

A reflexão de Eros neste mundo, representada por Édipo, é de caminhar pesada, lenta e dolorosamente; pelas asperezas da Terra terá que rechaçar – através do raciocínio – as investidas perigosas que procedem das forças do mal, muitas vezes sob a forma de amigos, parentes e até religiosos, ou representantes dos vários credos existentes...

Assim é que o destino supremo do Eterno Peregrino, de caminhar e caminhar sempre, como os astros, não é senão, para encontrar no fim da Jornada, o Céu, o Nirvana, no êxtase de uma consciência superior porque, como disse muito bem Luiz Zulueta: "A folha não é distinta da Árvore; ela é a própria Árvore, como o Eu não é distinto do Espírito, por ser o próprio Espírito. Uma só e mesma seiva circula por todas as folhas da Árvore; o mesmo Sopro vivifica todos os seres. A folha, porém, vive ao mesmo tempo como Folha e como Árvore, do mesmo modo que o nosso Eu vive como determinação individual e como Espírito limitado. Se a folha se desprende da Árvore, deixa de viver a vida Árvore. Assim também, se a personalidade se limita em si mesma, deixa de viver a Vida Eterna". Eis a razão porque a vida, como limitação que é, exige, por força de lei de contraste ou complemento, um contínuo caminhar, o eterno devenir dos franceses. Assim, quando Jesus ressuscitava os mortos, dizia: "Levanta-te e anda!". Levantar aí é coisa passageira; andar obriga a perguntar, contrito irreverente: "Para onde, Senhor? Ó! Aponta-me, pois, um caminho que seja o Teu, que eu de coração alegre, acompanhar-Te-ei!"...

Infelizmente, Zulueta, apesar de verdadeiro panteísta, de profundo filósofo, depois de estabelecer a maravilhosa comparação da árvore com a folha, caiu no falso misticismo de quase todas as religiões vulgares, as quais, por terem criado um deus extra cósmico e extra terreno, tornam – desde logo – necessária a súplica e a adoração, enfraquecendo a rebeldia original do Prometeu humano que, em verdade, é a rebeldia contra tudo que é falso, errôneo e prejudicial à evolução humana.

E é aí que o falso apóstolo – não mais Édipo ou peregrino da Lei – passa a traidor dos compromissos assumidos. Começa então, a ouvir a voz que até hoje perdura: "Caminha! Caminha judeu errante, até a consumação dos séculos".

A Divindade Abstrata e Incognoscível, que pulsa em todo o Universo, como em cada uma das suas partes, pulsa também em nosso próprio ser, o que torna, portanto, inútil elevar a qualquer parte as nossas súplicas, pois seria ir de encontro àquela magnífica sentença de Jesus, que representa uma grande iniciação para quem tem inteligência e caráter: "Faze por ti, que Eu te ajudarei"; como quem diz: "Não supliques coisa alguma, tanto a Mim como a Meu Pai, que também é o teu. Sê Um com Ele e obterás tamanha graça. E muito menos pagues a outrem para que o faça em teu lugar".

Paulo, por sua vez (Aos Éfesios III, 16 e 17), tem estas palavras: "Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu homem interno". Ao que acrescentamos: seja judeu, muçulmano, hindu, cristão, budista etc.

Entre os velhos provérbios orientais, ressalta o seguinte: "Busca dentro de ti mesmo o que procuras fora". Eis a razão de, na própria missa católica, quando o sacerdote se lastima e diz: "Se tu és meu Deus e minha fortaleza, por que razão me repeles, e tristemente caio quando o inimigo me aflige?" – responde o acólito – representando os anjos que aqueles assistem – "Emite a tua própria Luz. Busca a tua própria Verdade, segundo nos foi ensinado no Monte Gólgota, Monte ou Pirâmide da Iniciação, e no Teu Tabernáculo"...

E para concluir esta página dedicada aos cometas:

Cada estrela no céu, cada cor na Natureza, cada som musical, cada forma natural é uma manifestação no mundo visível de uma Potência criadora do mundo invisível, do Plano do Verbo. O céu visível manifesta o céu invisível.

Tudo isto para confirmar o que diz Hermés na sua Tábua de Esmeralda:


"É verdade, é certo, é real que
o que está em baixo é como o que está em cima,
e o que está em cima é como o que está em baixo,
para realização das maravilhas da Causa Única".


Assim, procuremos contemplar o céu com a mente e o coração, para podermos senti-lo dentro de nós mesmos.

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