Maria Lopes

Maria Lopes

quinta-feira, julho 09, 2015

Ser Cadeirante é...

                    Ser Cadeirante é...

                                     

Ser cadeirante é ter o poder de emudecer as pessoas quando passa por elas. 
É não conseguir passar despercebido, mesmo quando se quer! 
É ser completamente ignorado quando precisa da ajuda de um andante ao lado.
Ser cadeirante é amar elevadores e rampas. 
Detestar escadas. 
Tapetes? Só se forem voadores!
Ser cadeirante é ter alguém falando como se ele fosse uma criança, mesmo que já tenha mais de duas décadas. 
É despertar uma cordialidade súbita e estabanada em algumas pessoas. 
Embora seja engraçado, não ri porque é bom saber que ao menos existem pessoas tentando tratá-lo como igual e uma hora eles aprendem!
Ser cadeirante é ter uma veia cômica exacerbada. 
É fato! Pois só com muito bom humor para se tocar a vida, as rodas e o povo sem noção que aparece no caminho.
Ser cadeirante é ter repelente a falsidade. 
Amigos falsos e cadeiras são como objetos de mesma polaridade: se repelem automaticamente.
Ser cadeirante é ser empurrado por aí mesmo quando se quer ficar parado. 
É saber como se sentem os carrinhos de supermercado! 
É encarar o absurdo de gente sem noção que acha que porque já estamos sentados podemos esperar.
Ser cadeirante é uma vez na vida desejar furar os quatro pneus e o estepe de quem desrespeita as vagas preferenciais.
Ser cadeirante é a certeza de conhecer todos os cantinhos. Porque Deus do céu! Sempre tem um querendo colocá-lo num cantinho.
Ser cadeirante é ter que comprar roupas no “olhômetro” porque na maioria das lojas as cadeiras não entram nos provadores.
Ser cadeirante é viver e conviver com o fantasma das infecções urinárias, e desconfiar seriamente que a falta de banheiros adaptados contribua para isso.
Ser cadeirante é curtir handbike, surf, basquete e outras coisas que deixam os andantes sedentários morrendo de inveja. É dançar maravilhosamente com entusiasmo e colocar alguns “pés-de-valsa” no bolso.
Ser cadeirante é ter um colinho sempre a postos para a pessoa amada. E isso é uma grande vantagem!
Ser cadeirante mulher é encarar o desafio de adaptar a moda para conseguir ficar confortável além de mais bonita.
Ser cadeirante é não ver um corrimão ou ver um canteiro de obra no meio de uma rampa. 
Ou até se deparar com rampas que acabam em um degrau, e nessas horas se perguntar: “Onde estudou a criatura que projetou isso? Será mesmo que estudou?”
Ser cadeirante é ir à praia mesmo sabendo que cadeira + areia + maresia não são uma boa combinação!
Ser cadeirante é sentir ao menos uma vez na vida vontade de sentar no chão e jogar a cadeira na cabeça de outro ser humano que esqueceu a humanidade no fundo da gaveta de casa!
Ser cadeirante é ter que aprimorar os sentidos. 
Porque com a perda dos movimentos os braços precisam ser mais fortes, ter a visão de uma águia, poder soltar o verbo a plenos pulmões, ao identificar já de longe a falta de acessibilidade na maioria dos lugares.
Ser cadeirante é “viver e não ter a vergonha de ser feliz”, mesmo quando as pessoas olham para a cadeira e já esperam ansiosas por uma historinha triste.
E se tudo isso não faz sentido para muitos, saibam que se as pernas e os braços não estão funcionando bem, o resto está!
Por: Autor Desconhecido.

Extraído: https://www.facebook.com/maira.menezes.338/posts/1450654378565173



Por sugestão do Comitê de Ajudas Técnicas da RI, foi acrescentada uma cabeça, o que resultou no símbolo adotado pela ONU e que o mundo inteiro conhece.
Recentemente, ativistas têm se posicionado contra o desenho “ultrapassado”, em que mostra um deficiente passivo e ofuscado pela cadeira de rodas.
Se o antigo mostra mais a cadeira do que a pessoa, um novo desenho, de Sara Hendren, do Accessible Icon, agrada por mostrar um ágil deficiente e já foi adotado oficialmente na Índia e na cidade de Nova York.

http://cultura.estadao.com.br/blogs/marcelo-rubens-paiva/por-um-novo-simbolo-de-deficiente-e-idoso/

Nenhum comentário:

Postar um comentário