Maria Lopes

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sexta-feira, janeiro 21, 2022

"Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento".


Maria Lopes e Temas Transversais

"Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento".

Centenário de Leonel de Moura Brizola

No dia 22 de janeiro, Leonel de Moura Brizola faria 100 anos.

Político governou o Rio de Janeiro por dois mandatos



OcupaçãoPolítico brasileiro

Data do Nascimento22/01/1922

Data da Morte21/06/2004 (aos 82 anos)

“Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação.”LEONEL DE MOURA BRIZOLA

"Devemos homenagear todos os dias os nossos mestres. Hoje, nesta manhã, estamos reunidos para homenagear e celebrar esse herói da pátria brasileira. Estou com uma emoção contraditória. Por um lado, de estarmos aqui recuperando a memória do Brizola para que não caia no esquecimento. E, por outro, a profunda tristeza da sua ausência. Eu tenho saudade do meu avô, mas tenho mais saudade ainda do político e da prática política de Leonel Brizola", afirmou Leonel Brizola Neto.


LEONEL DE MOURA BRIZOLA


Nome
Leonel de Moura
Sobrenome

Brizola
Nascido
22 Janeiro 1922
Falecido
21 Junho 2004
Gênero
masculino
Nacionalidade
brasileira
Profissão
político
Signo do zodíaco
Aquário

Biografia de Leonel Brizola


Leonel Brizola (1922-2004) foi um político brasileiro, um dos principais líderes da esquerda trabalhista brasileira. Após o golpe de 1964, esteve exilado durante quinze anos, só retornando ao Brasil em 1979.

Leonel Brizola nasceu no povoado de Cruzinha, em Carazinho, Rio Grande do Sul. Filho do pequeno agricultor José Oliveira dos Santos Brizola e de Onívia de Moura Brizola.

Durante a Revolução de 1923, seu pai foi morto pelos soldados do governador Borges de Medeiros e depois de perder as terras, Onívia e os cinco filhos foram morar em São Bento., onde trabalhou na lavoura.

Infância e juventude

Leonel Brizola foi alfabetizado por sua mãe e em seguida ingressou na escola. Teve uma infância difícil e com dez anos de idade foi trabalhar lavando pratos e carregando malas em um hotel em Carazinho.

Com a ajuda de um pastor metodista, conclui o primário no Colégio da Igreja Metodista. Com 14 anos, mudou-se para Porto Alegre, onde trabalhou como engraxate e ascensorista. Em 1939 concluiu o curso de técnico rural do Ginásio Agrícola Senador Pinheiro Machado.

Empregou-se como graxeiro na Refinaria Brasileira de Óleos e Graxas, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Depois de ser aprovado em um concurso do Ministério da Agricultura, ingressou como técnico do Ministério em Passo Fundo.

Depois de seis meses em passo Fundo, desistiu do emprego e retornou para Porto Alegre. Trabalhou como jardineiro do Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura.

Em 1942 concluiu o ensino fundamental e em seguida licenciou-se da prefeitura para alistar-se no 3.º Batalhão de Aviação do Exército.

Ao terminar o serviço militar, voltou para a prefeitura e concluiu o curso médio no Colégio Júlio de Castilhos. Nessa época, foi um dos fundadores do Grêmio Estudantil e o vice-presidente.

Em 1945 foi aprovado no curso de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluindo o curso em 1949.

Carreira Política

Ainda estudante de engenharia, Brizola filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foi responsável por organizar a ala jovem trabalhista. Em 1947, dois anos antes de se formar, foi eleito deputado estadual.

Nessa época, Brizola dividia um quarto em uma pensão no centro de Porto Alegre. Na Assembleia Legislativa, defendeu pautas do movimento estudantil, como o aumento de vagas nas instituições de ensino. Em outubro de 1950, foi reeleito deputado estadual.

Em 1952 foi nomeado secretário estadual de Obras Públicas. Realizou obras de infraestrutura como saneamento e rodovias. Em 1954 foi eleito deputado federal e no ano seguinte prefeito de Porto Alegre.

Governador do Rio Grande do Sul

Em 1958, Brizola foi eleito para o governo do Rio Grande do Sul. Foi empossado no dia 31 de janeiro de 1959.

Criou seis secretarias com a justificativa de agilizar a administração: Administração, Trabalho e Habitação, Economia, Transporte, Energia e Comunicação e Saúde.

Brizola desenvolveu um plano de industrialização, nacionalizando algumas empresas estrangeiras. Garantiu que a política de investimentos teria capital nacional e que interferências estrangeiras não seriam aceitas.

A alfabetização e o número de vagas nas escolas foram prioridades para o governo de Brizola. Construiu mais de 6 mil estabelecimentos de ensino, levando o Rio Grande do Sul a ter a mais alta taxa de escolarização do país.

Criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária, que além de prestar assistência técnica, garantiu verbas aos produtores para aquisição de máquinas, animais e sementes. Ajudou a organizar o Movimento dos Agricultores Sem Terra.

Em 1961 liderou um movimento visando garantir a posse do vice-presidente e seu cunhado João Goulart, após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Alegando que Goulart tinha ligações com os comunistas, os militares tentaram impedir a posse.

Em setembro foi promulgada a Emenda Constitucional n.º 4, que instituiu o Sistema Parlamentarista de governo no país, que limitava drasticamente os poderes do presidente.

Leonel Brizola deixou o governo do Rio Grande do Sul em 31 de janeiro de 1963.

Deputado federal pela Guanabara

Em outubro de 1962, Brizola foi eleito deputado federal pela Guanabara (atual cidade do Rio de Janeiro). Foi um dos líderes da Frente de Mobilização Popular, que pressionou o presidente João Goulart a implementar as “reformas de base”, como a agrária, tributária e bancária.

leonel brizola
João Goulart e Leonel Brizola

Em 1963, um plebiscito determinou o fim do parlamentarismo. No dia 13 de março, durante um comício de João Goulart, Brizola fez um discurso e acusou o Congresso de criar obstáculos para as aspirações populares.

Exílio

No dia 31 de março, um golpe militar depôs o presidente que se refugiou em sua fazenda, de onde partiu para o exílio no Uruguai. Brizola permaneceu no interior gaúcho até maio e depois partiu para o exílio no Uruguai.

No dia 9 de abril foi publicado o Ato Institucional n.º 1, que estabeleceu a cassação dos mandatos dos parlamentares e a suspensão dos direitos políticos por dez anos. O nome de Brizola estava na primeira lista.

No dia 11, o Congresso elegeu o general Castelo Branco como o Presidente do Brasil.

Em abri de 1977, por supostas violações das normas de exílio, Brizola foi expulso do Uruguai e seguiu para os Estados Unidos e logo depois se fixou Lisboa em janeiro de 1978.

Governador do Rio de Janeiro

Após a decretação da anistia política, em 30 de agosto de 1979, Brizola retornou ao Brasil, e se fixou no Rio de Janeiro. Em novembro, foi escolhido presidente nacional do novo PDT.

Porém, o TSE concedeu a legenda petebista ao grupo de Ivete Vargas, então, Brizola e seus partidários criaram, em maio de 1980, o Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Em novembro de 1982 candidatou-se ao governo do Rio de Janeiro e foi eleito, sendo empossado em março de 1983. No ano seguinte engajou-se pela campanha em defesa do restabelecimento das eleições diretas para a presidência da república.

Após a não aprovação na Câmara, Brizola apoiou as candidaturas vitoriosas de Tancredo Neves e José Sarney, que selou o fim da ditadura. Tancredo faleceu antes de tomar posse e Sarney assumiu a presidência do país.

Em março de 1987 Brizola encerrou seu mandato de governador deixando como marco principal a construção de Centros Integrados de Educação Pública (CIEP), escolas que funcionavam em horário integral com assistência médica e odontológica.

Últimos anos

Em março de 1989, Brizola foi lançado candidato à presidência do Brasil pelo PDT, a primeira eleição direta para presidente. Embora tenha saído na frente   na pesquisa de intenção de voto, o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello assumiu o primeiro lugar. No segundo turno, Collor saiu vitorioso contra o segundo colocado, Luís Inácio da Silva.

Em setembro de 1992, Color sofreu um pedido de impeachment, mas pouco antes da aprovação, pela câmara, Collor renunciou o mandato e seu vice Itamar Franco assumiu a presidência. Brizola só pediu a saída de Collor às vésperas da aprovação.

Em abril de 1994, Brizola passou a chefia do governo estadual a seu vice, Nilo Batista, para concorrer, pela segunda vez, à presidente do Brasil.

As eleições foram realizadas em outubro e elegeu, ainda no primeiro turno, Fernando Henrique Cardoso, pelo PSDB. Brizola chegou ao quinto lugar. Em outubro de 1998, candidatou-se a vice na chapa de Lula, mas Fernando Henrique foi reeleito. Em 2000 disputou a prefeitura do Rio de Janeiro, mas não obteve sucesso.

Família

Em 1 de março de 1950 Leonel Brizola casou-se com Neusa Goulart, irmã do deputado estadual e futuro presidente da República, João Goulart.

O casal teve três filhos, Neusinha, José Vicente e João Otávio. Após a morte de Neusa em 1993, Brizola manteve uma relação com Marília Guilhermina Martins Pinheiro.

Leonel Brizola faleceu no Rio de Janeiro, no dia 21 de junho de 2004.

https://www.ebiografia.com/leonel_brizola/

3 comentários:

  1. Que matéria maravilhosa! Sobre quem fez a diferença e deixou o seu legado totalmente utópico! Infelizmente... Parece que a esperança de uma vida digna fica cada vez mais distante. Muitos passaram a vida lutando e plantando essa esperança através de atitudes. Poucos ainda mantém suas ideologia na perseverança. Desejo manter minha alma livre para sonhar... Dignidade já e sempre!

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  2. Grata por sua visita. "Desejo manter minha alma livre para sonhar... Dignidade já e sempre"!
    A vida só é possível aos que sonham, porque todo sonho é possível em um mundo que não é utopia”.
    Douglas Domingos Américo
    O que não podemos é desistir, da busca do que for possível realizar, nem que seja parte do sonho.

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